sábado, 27 de novembro de 2010

A difícil relação entre o clube e sua torcida

Por vezes me deparo com ostensivas críticas para a diretoria grená na forma de conduzir seu trabalho, para a comissão técnica no comando da equipe e para a questionável qualidade dos atletas. Por outro lado há também as críticas a torcida, sua ausência, sua falta de comprometimento, cooperação e negativismo.

O princípio para se modificar tais comportamentos está no valor chamado confiança. Quem nunca ouviu a declaração "eu não confio em você". Pois fique sabendo que a confiança é uma via de mão dupla, ou seja, se você não confia é porque também não é merecedor de confiança. Não existe confiança por apenas um lado, em um relacionamento a confiança é sempre mútua.

Confiança é um dos valores fundamentais em uma relação seja ela pessoal ou profissional e é também um dos valores mais frágeis. Mas como se cria a confiança?

Primeiramente confiança é composta por quatro elementos. São eles:
  • credibilidade,
  • coerência/congruência,
  • receptividade/aceitação,
  • clareza/abertura.
Entende-se por credibilidade aquele que cumpre o que promete, que faz o que diz. Já coerência/congruência esta relacionado a dizer o que se pensa e sente, ser objetivo e não ficar na popular "enrolação". Receptividade/aceitação refere-se a aceitar as diferenças, conviver com valores e idéias diferentes da sua, ser paciente. Por último, clareza/abertura está o ato de "não esconder o jogo", de expor as informações relevantes.

Pois bem, dados esses conceitos tenho algumas restrições em ambos os lados da relação clube Ferroviária com sua a torcida grená e que precisam ser trabalhadas. No meu ponto de vista, o clube, sua diretoria e comandantes pecam em dois aspectos da confiança. O primeiro é coerência/congruência pois falta objetividade. Declarações como "vamos contratar" e "faremos amistosos" não são declarações objetivas. Outra fator que está em dívida é abertura/clareza. Que fim levou o Cesinha? Porque Everson Jaú não será aproveitado? O clube planeja trazer um atacante de ponta? Qual o nosso orçamento? Já estouramos o orçamento? A ZETEX volta? Qual o nosso plano de trabalho? Todas perguntas faladas e especuladas nos bastidores, se fossemos uma empresa seria a famosa "rádio peão".

Já a torcida por outro lado peca principalmente na receptividade/aceitação pois não aceita diferentes idéias, não é tolerante e paciente, muitas vezes faz a crítica pela crítica, a também popular cornetagem.

Por esses aspectos não somos, clube e torcida, merecedores de confiança e assim penalizados pela sua ausência. Cabe aos envolvidos refletirem e adotarem medidas corretivas para que tenhamos harmonia, positivismo e comprometimento com o bem comum que é o acesso a série A1 do Campeonato Paulista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário