A princípio quero deixar claro que esse artigo não é uma crítica ao recente trabalho do João Martins, até porque nem tudo está definido, o que pesa está no trabalho individual dos atletas, na sua formação psíquica e emocional, na análise e exploração de suas habilidades e competências. Alguns exemplos podem ser listados e trabalhados, espero com esse texto poder contribuir com os atletas e comissão técnica na busca dos objetivos estabelecidos para esse grupo de jogadores além de fortalecer o lado emocional dos atletas, fazendo uma reflexão de suas características e potencialidades.
Zagueiros
Os zagueiros estão em bom numero no elenco grená. São 6 jogadores para a posição no entanto falta um líder em campo, temos jogado com três zagueiros nos últimos amistosos e não senti um jogador com liderança para organizar e cobrar uma postura tática, motivar e trazer tranqüilidade aos seus pares, ser uma referência no setor.
Hoje esse papel está nas mãos do goleiro Eduardo mas sinto falta de alguém com essa postura entre os zagueiros. Como se dizia antigamente a ferrinha não tem um "xerife". Temos vários atletas mas até o momento ninguém assumiu a postura de liderança deixada pelo Amarildo. Por experiência e vivência acredito que o mais preparado para esse papel seja o André, porém cabe a comissão técnica avaliar se ele tem essas características de personalidade. Se sim, isso precisa ser trabalhado no atleta. A zaga tem que passar confiança aos demais jogadores e torcida e isso ainda não apareceu. Nas questões profissionais sem sempre esse papel é claro e explicito, por vezes e necessário ao gestor dar clareza para essa nova responsabilidade e orientá-lo para desempenhar essa atividade.
Meios-campos
Nesse item tenho um atleta em especial a comentar, antes que a torcida recomece uma cobrança e injusta perseguição ao Guilherme Alves é necessário rever suas habilidades e competências. Ao que me parece, o Guilherme vem sempre tampando buracos no setor ofensivo da Ferroviária, onde são cobrados resultados que acredito não estarem condizentes com suas características. Sem querer fazer comparações de atletas me parece acontecer com o Guilherme o mesmo que acontece com o Hernanes no São Paulo. Hernanes é um excepcional volante mas por necessidades do grupo lhe é dado e cobrado uma posição de criação e articulação onde seu jogo as vezes aparece e as vezes não. No caso do Guilherme, me parece a mesma coisa, pois sempre é posicionado na criação e vejo nele mais características de marcação. Na minha visão, perdemos um bom volante com um bom passe na saída de bola e criamos um regular articulador e criador no meio. Acho que cabe ao Guilherme e toda a comissão técnica uma reflexão sobre sua posição em campo.
Ao Daniel, outro meio-campista segue minha visão. Você aparente uma timidez em campo, talvez até, por suas características pessoais, mas isso está afetando seu jogo. Sua insegurança e receio de errar te deixam apagado, passando por vezes despercebido. É necessário trabalhar a auto-confiança cabendo ao comando técnico orientá-lo e motivá-lo. Sugiro para você um exercício mental para fortalecer a auto-confiança. Reserve um tempo do seu dia, feche os olhos e mentalize um jogo em que você foi excepcional, fez jogadas de outro mundo, esteve seguro, confiante. Agora imagine um ambiente agradável, seguro, com cores e imagens que associem há esse seu jogo excepcional. Guarde esse imagem na memória. Essa será sua imagem de força e segurança. No próximo jogo, antes de entrar em campo, pense na imagem que você criou em sua cabeça e mentalize essa imagem dentro do campo, feito isso, entre em campo e literalmente entre na imagem da sua cabeça. Pode parecer coisa de maluco mas é um bom exercício de força mental. Parte para cima garoto, você tem mais futebol do que tem apresentado basta acreditar em você e em seu talento.
Bom, é isso, tenho mais a falar para outros jogadores, por exemplo para os atacantes Gica e Walker mas isso fica para outro dia. Força Ferroviária.
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