segunda-feira, 24 de maio de 2010

AFE e o desperdício de pênaltis

Semana passada o International Board, orgão ligado a FIFA e que rege as regras do futebol anunciou a proibição da “paradinha” na cobrança de pênaltis a partir do início da Copa do Mundo na Africa do Sul. De acordo com artigo da FIFA.com a nova regulamentação sobre a regra de nº 14, "The Penalty Kick", está assim definida “ A finta durante a aproximação para a cobrança do pênalti com o objetivo de confundir o adversário é permitida. Contudo, a finta para chutar a bola uma vez que o jogador tenha completado a sua aproximação é agora considerada uma infração à Regra 14 e um ato de comportamento antidesportivo pelo qual o jogador deverá ser advertido."

Com paradinha ou sem, a Ferroviária, pelo que me lembro, tem tido sérias dificuldades na cobrança de pênaltis e seu aproveitamento é bem ruim. Se não me engano, o Júlio César perdeu com paradinha no jogo contra o São Carlos na Arena da Fonte, o Tobias perdeu na final em Araraquara e o Danilo Martins também não teve exito na última partida contra o Red Bull em Campinas.

Mas afinal porque perdemos tantos pênaltis nesse campeonato? O que podemos fazer para melhorar esse fundamento?

Pesquisei na internet sobre a cobrança de pênaltis e a sua eficacia. No vasto tema encontrei alguns artigos interessantes para fomentar a discussão.

No Portal Terra Esportes de 16/04/2010 encontrei o artigo com o tema “ Uniforme vermelho ajudaria goleiros em pênaltis”. Diz o estudo, segundo especialista em psicologia esportiva que “goleiros com uniforme na cor vermelha tem mais chances de defender pênaltis.” O estudo é do jornal Times Online, segundo o qual “o cobrador teria mais dificuldade de se concentrar devido à cor vermelha, o que daria mais chances para o goleiro defender o chute. Os testes foram feitos com outras cores, mas a vermelha apresentou os melhores resultados, cerca de 55% de acerto nas cobranças apenas. O motivo seria o estresse que a cor vibrante provocaria.”

No site da Universidade Aberta do Futebol Brasileiro encontrei o artigo sobre a ciência do pênalti de Joaquim Alves Neto e que foi apresentado no IV Encontro de Iniciação Científica da UVA - Universidade Estadual Vale do Acaraú/Sobral. Os principais pontos elencados do estudo são:
  • "As condições geométricas são favoráveis ao cobrador;
  • Cabe ao goleiro induzir o batedor ao erro e treinar para ter uma reação rápida no ato da cobrança;
  • Cabe ao batedor treinamento constante para superar a pressão emocional do momento e que esteja apto a conseguir o objetivo maior: o gol;
  • Do ponto de vista matemático e físico, o estudo revelou a probabilidade de 100% de sucesso do batedor em relação ao goleiro se a bola atingir a velocidade de no mínimo 80 Km/h, no espaço “alvo” de 0,71 cm do poste para dentro do gol, sendo na parte inferior e 1,82 cm da inserção do poste com o travessão na parte superior da trave.”
Já o artigo de “Tão perto e tão longe: a arte do pênalti”, da FIFA.com de 31 de julho de 2009 relata duas pesquisas. Segue o texto:
  • “Pesquisadores da Universidade John Moores, de Liverpool, por exemplo, garantem ter encontrado a fórmula para uma cobrança perfeita de pênalti. Segundo eles, é preciso contar de cinco a seis passos antes do chute e fazer com que ele atinja no mínimo 105 km/h, com um ângulo entre 20 e 30 graus para que a bola passe exatamente a 50 centímetros tanto do travessão como de uma das traves. Já os estatísticos da Castrol constataram que 95,4% dos pênaltis cobrados pelo alto têm endereço certo, enquanto apenas 71,3% dos chutes rasteiros acabam no fundo das redes.”
Bom, o lado do treino, da fadiga e o estresse da cobrança nem é preciso comentar mas as velocidades e pontos de cobrança condizem em parte com o estudo científico mais profundo que encontrei e que foi abordado no Blog do Grupo de Esportes do Laboratório de Fisiologia do Comportamento da USP do Prof. Dr. Ronald Ranvaud e apresentado no Globo Esporte de 26/06/2009, “Como bater um Pênalti Perfeito”. Não vou me ater a parte científica e sim nos resultados obtidos. Caso queria mais detalhes acesso o Blog no endereço http://openaltiperfeito.wordpress.com/.

O estudo é baseado no tempo de reação que o goleiro demora para chegar nos diferentes pontos no gol e nas áreas do gol identificadas em que, é raríssimo o goleiro defender tendo por base análises de cobranças em competições europeias e nos pênaltis na Copa do Mundo e na Libertadores de 2002. O resultado é uma estratégia de 90% de acerto na cobrança:
imagem obtida da reportagem do Globo Esporte com algumas inserções









  • "Chutar no meio dos 4 retângulos superiores a uma velocidade superior a 80 km/h.
  • A localização do chute deve ser no meio dos 4 retângulos superiores, pois é um lugar difícil para o goleiro defender, mas não arriscado caso o cobrador erre um pouco na precisão.
  • A velocidade acima de 80km/h garante que a bola chegue nesse ponto do gol antes do goleiro, mesmo o goleiro se antecipando em 500ms ao chute.”
Para assistir a reportagem completa “O Pênalti Perfeito” do Globo Esporte acesse o link abaixo obtido no Blog do grupo de esportes do Laboratório de Fisiologia do Comportamento da USP:

http://www.youtube.com/watch?v=mz0yIx0KegY


Por fim, aos jogadores e treinadores da AFE, aí estão estudos e dicas para obter melhores resultados nas cobranças de pênalti.

Um abraço

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