segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O arcaico mundo da arbitragem

Não é de hoje que a arbitragem no futebol é questionável.  Suas regras e modificações são  permitidas somente com o consentimento da International Football Association Board, associação ligada a FIFA e de princípios no mínimo morosos e nada modernos. A Confederação Brasileira de Futebol(CBF) e a Federação Paulista de Futebol (FPF) seguem de maneira burocrática o que ditam e impõem as leis de tais entidades, sem iniciativa, criatividade e principalmente questionamentos a imposições pré-definidas, perdendo assim boas oportunidades de melhorar o que está sendo feito.


Especificamente no que tange aos jogos e competições da FPF, são variados os esforços do Coronel Marinho a frente da Comissão de Arbitragem, com treinamentos, palestras, testes de padronização, aplicação de planos elaborados de condicionamento físico e eventos de reciclagens, contudo, tais atividades currriculares a meu ver não surtem efeito. Me baseio nas seguidas notícias que encontrei e nos jogos que assisti da série A2 do Paulistão. O primeiro problema é a falta de informação, infelizmente não há estatísticas ou números que comprovem a ineficiência ou eficiência dos trabalhos realizados, no entanto temos a percepção de que não mudou a frequência de erros grosseiros, lances ilegítimos e por vezes comprometedores ao resultado das partidas.

Entendo que com relação aos trabalhos realizados pela FPF, a comissão de arbitragem ostenta esforços e não resultados. Afinal quais são os indicadores de qualidade, quais o padrões de eficiência, qual a medição de erros? O Scouting da arbitragem tem que existir e ser uma ferramenta de gestão. Se esses dados existem onde está  a transparência nas informações? Qual sua evolução e tendência? Será que todos, com apenas treinamentos, são elegíveis a função? Quais as competências exigidas? Não conheço nenhum árbitro demitido, assim creio que não é de praxe apesar de ser uma situação comum e lógica em qualquer carreira.

Uma regra viável e que minimizaria os erros seria instituir o "desafio a arbitragem", regra comum no Futebol Americano. Por lá, com uso da tecnologia da imagem é concedido o direito a uma equipe de questionar alguma marcação e caso a decisão não se altere, o time solicitante é penalizado.  Por analogia, no futebol tal regra poderia ser adequada, por exemplo, dando direito a 3 desafios por jogo para cada equipe, o questionamento deve acontecer dentro de 10 segundos após a sua ocorrência, e se não comprovado o equívoco o time perderia o direito a uma de suas substituições. Toda parada,  teria seu tempo adicionado a partida e caso o time já tenho feito todas as substituições, perderia o direito a qualquer desafio a arbitragem.

Dirão os membros da International Board que tal aparato tecnológico fere o direito de isonomia, isto é, igualdade perante a lei, pois tal regra seria de difícil aplicação nas competições com menos recursos. Nesse aspecto tenho minhas considerações e questionamentos: O princípio da isonomia existe quando temos ranking de árbitros e os melhores apitam  os jogos da 1ªdivisão? Há isonomia quando o futebol é praticado em campos sem grama, com desníveis, sem iluminação e esburacados? Validar um erro capital que altere o resultado do jogo não fere o princípio da isonomia?

Por fim só tenho a dizer: Errar é humano, validar o erro, quando é possível alterá-lo é burrice.

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