terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A estrutura organizacional da Ferroviária S/A precisa se reestruturar e evoluir o seu modelo de gestão

Eu tenho muito a agradecer ao trabalho realizado pela atual diretoria da Ferroviária pois propiciou o acesso a série A2 do Paulistão em 2010, tem uma política financeira correta e que visa sanar suas dívidas e por assim dizer, perpetuar a própria existência para alegria da nação grená. Infelizmente nem tudo são glórias e acertos na atual estrutura da S/A.



Claramente e de longa data sua área de marketing é ruim, sem iniciativa, objetivos e produtividade, haja visto sua última ação, o "passaporte grená", restrito em seus benefícios, limitado em sua divulgação e comercialização, e imagino, pelo público presente na Arena, de fracos resultados, até porque a transparência de resultados, idéias e pensamentos também deixa a desejar. Resta muitas vezes ao torcedor afeano inferir fatos e mudanças ou apenas acreditar que algo está sendo feito, com quase zero de respaldo oficial dado pelo clube. A meu ver, uma arma na mão dos descrédulos e dos desconfiados torcedores. Esta forma de administração, no meu ponto de vista, cria problemas e dá margem a interpretações errôneas sem necessidade.

No departamento de futebol mudanças também devem acontecer, o grande erro cometido para a série A2 foram sem dúvida as contratações de baixa performance, não que isso tenha como ser 100% garantido mas há formas de mitigar os riscos e reduzir perdas financeiras. O uso de apenas uma estratégia de contratação, que foi contratar todos os atletas até o final da competição é um grande erro. Cada contratação deve ter uma análise de risco, tomemos por base o meio-campo Luis Carlos, até hoje no departamento médico do clube sem sequer disputar uma partida inteira, o atleta não tinha bom antecedentes, suspenso por doping, com poucos jogos em seu último clube, o Rio Branco do Acre, fora de forma e com baixo potencial de desenvolvimento, mesmo assim seu contrato, segundo o site da FPF encerra-se em maio. Os contratos mais longos deveriam ser feitos com quem já é de sabida qualidade e portanto de menor risco, como nos casos dos jogadores Leandro Miranda, Bruno Lopes, Cesinha, Eduardo, Feijão. Nesse aspecto, faltou competência gerencial na análise de risco, atividade inerente ao diretor de futebol que não pode delegar toda responsabilidade ao treinador.

Insisto em dizer que práticas corporativas devem ser implementadas na gestão do futebol como por exemplo a matriz de desempenho e potencial abordando de maneira clara com o uso de ferramentas de scout, progressões no condicionamento físico e avaliações das competências técnicas por posição, tendo assim elementos objetivos para determinar o futuro de cada atleta no elenco.

No aspecto administrativo os recentes casos envolvendo o uso da Arena da Fonte são pontos de atenção e mostram a ineficiência na gestão e no relacionamento com os stakeholders da empresa.

 Muito dos problemas relatados acredito ser pela enxuta e extremamente centralizada estrutura funcional e organizacional, com forte dependência da atuação dos senhores "faz tudo", o presidente Juninho, o vice-presidente Walquírio Cabral e o diretor de futebol João Henrique Sivestre. Aparentemente toda organização e administração advém destas pessoas que, além de outros projetos e atividades pessoais prestam seus serviços a entidade grená porém com um legado de limitações na criação de novos horizontes ao clube. Há a necessidade de criar estrutura para a administração das categorias de base, para área de comunicação, marketing, financeira, jurídica, comercial, patrimonial e administrativa.

Pelas questões financeiras, para todas essas mudanças não vejo como contratar profissionais para tais atividades, mas sem sombra de dúvida existem pessoas na cidade dispostas e com competência para contribuir e desempenhar tais funções.

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