quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ferroviária - Sempre uma viagem no tempo

O título bem que poderia ser uma história com final feliz, mas não é. A Ferroviária viveu seus áureos tempos há décadas. Glórias nos anos 50, 60, 70 e 80, e esse sucesso fazia com que tivessemos também uma torcida presente e apaixonada. Uma época que muitos ainda revivem, mas que não volta mais, nunca mais. Poxa, mas não voltaremos a jogar o campeonato paulista principal? Pode ser que sim, pode ser que não. Caso aconteça, mesmo assim não voltaremos no tempo, o que vivemos hoje e no futuro será novo, único e diferente.

A AFE, como muitos times do interior paulista, entrou em decadência financeira, patrimonial e o que muitos se recusam a pensar, decadência de seu público, de sua torcida. O que temos hoje, são restos dos bons tempos. Há decadas nossa torcida também é delapidada, pulverizada pelo tempo. Sobraram alguns já com seus 80, 70, 60 anos, poucos com seus 50, 40, 30 anos e minguados torcedores com seus 15, 20 anos. Assim como nosso time, nossa torcida também está lá, no passado.

Basta olhar os poucos sites de referência grená feito por torcedores. De longa data temos a Afenet e o Ferroviária.kit. De longe, e onde incluo também o AFEgol, elaborado por jovens, adolescentes. Ha muito já passamos dessa fase da vida. Não que isso tenha algum problema, mas mostra uma velha torcida e uma torcida velha.

Pelos esforços de alguns abenegados em sua diretoria a Ferroviária luta com seus limitados recursos para buscar novos espaços no mundo do futebol, buscando também reinventar um antigo e tradicional clube.

Infelizmente nas arquibancadas a única torcida explicitamente jovem e impulsiva nos seus delírios e paixões é a Afeganistão. Seus 20, 30 integrantes por jogo são os poucos que contagiam a gigantesca Arena da Fonte. Outras ainda existem, mas sem o entusiasmo e impeto juvenil. Tirando alguns poucos, nossos torcedores são apáticos e inexpressivos. Ao que parece, pelo menos em Araraquara, a participação, a presença da torcida está vinculada ao sucesso, aos velhos tempos que não voltam, e não mais a uma paixão incondicional pela equipe, pelo esporte, pelo simples prazer de torcer.

Apesar de todo esforço da diretoria, arrisco dizer que, infelizmente, a AFE não tem mais uma volumosa torcida, não é capaz de lotar a Arena se não por outros interesses divergentes de um jogo de futebol. Assim como a AFE faliu, sua torcida também. Diferente da equipe que busca se reinventar, sua torcida ainda está lá, na cova, a sete palmos e muito bem enterrada. Uma tristeza aos poucos que, além do futebol, enxergam e vivenciam o que uma paixão pode proporcionar, independente de suas qualidades e principalmente de seus defeitos.

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