quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Copa Paulista - Um negócio falimentar

Passadas cinco rodadas da Copa Paulista tivemos um público total de 40.667 pagantes em 60 jogos computados até hoje*. Uma média de público de 678 pagantes por jogo, o que gera financeiramente deficits no pagamento das despesas de cada evento como segurança, aluguel do estádio, iluminação, limpeza, impostos, etc. Mas afinal de quem é a culpa pela mingua de torcedores nos estádios?

Em primeiro lugar vem a Federação Paulista de Futebol (FPF) pois ela tem como responsabilidade dirigir o futebol no Estado de São Paulo e isso inclui criar campeonatos que gerem interesse do público e que auxiliem na auto suficiência financeira dos clubes, mas a Copa Paulista não tem este apelo. É mais um campeonato “tapa buraco” para os clubes do interior. No caso da FPF, o que mais me deixa perplexo é que o fracasso de público não gera nenhum desconforto, nenhuma crise interna, não provoca nenhuma ação para corrigir e buscar melhores alternativas. Trata-se de uma federação apática e distante de sua missão e dos objetivos de seus filiados.

Em segundo lugar vem os clubes e seus dirigentes, pois quatro equipes tem médias superiores a mil pagantes por jogo sendo o São Bernardo, o líder até o momento com média de 3.864. Isto quer dizer que, se esses clubes conseguem não tem porque os demais não conseguirem. Nesta questão falta atitude, gestão e qualidade. Até hoje, por razões a meu ver políticas e de poder os clubes não trabalham juntos nos processos de marketing esportivo e de gestão de negócios. Para mim fica claro que a disputa deva ocorrer dentro de campo, no chamado core business do futebol. Fora dali as parcerias e alianças deveriam ser trabalhadas. Outro ponto a destacar é a comunicação com o público-alvo. Alguns erros são cometidos como por exemplo, vir a público e dizer que o clube não tinha interesse em participar da Copa Paulista e que está lá somente para honrar os compromissos com os patrocinadores ou para fazer laboratórios com jovens atletas. Que imagem esse tipo de comentários passa para o torcedor? Será que ele se sente motivado a ir torcer pelo seu time com tais argumentos? No meu ponto de vista o processo de comunicação é muito complexo e não é dada a devida importância. Ela deveria ser melhor tratada tendo seus dirigentes e comissão técnica orientados para não dar “tiros no próprio pé”.

Por fim, o mea culpa de nós torcedores. Ontem na Arena da Fonte éramos 197 pagantes, um fato lamentável para uma torcida tão exigente e que cobra da Ferroviária S.A. um forte elenco de atletas, uma forte comissão técnica, além de disputar a 1ª divisão do Campeonato Paulista. O contraponto é que não há mágica, isto é, sem o apoio financeiro que os torcedores proveem ao clube não tem como galgar tais objetivos.

Apenas para constar a AFE até o momento é a 15ª equipe no ranking de público com média de 379 pagantes por jogo. Podemos pelo menos no momento darmos graças por não ostentar a pior média, no caso do Marília com 36 pagantes em seu único jogo como mandante e também a média do Palmeiras B, com 41 pagantes por jogo tendo até agora o pior público em uma partida com a insignificante soma de 17 torcedores.

Infelizmente há muito o que se fazer pelo futebol paulista. Força FPF. Força AFE. Força torcida grená.

* Dados obtidos nos boletins financeiros dos jogos disponíveis no site FPF em 04/08/2010.

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