quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ferroviária - Construindo uma equipe

A AFE parece passar por um momento instável nas relações de seus integrantes. Declarações mal interpretadas, o peso da derrota na estréia e os resultados ruins nos jogos-treino a meu ver deixaram o clima do grupo abalado. Além do trabalho duro dentro de campo vislumbro a necessidade de trabalho forte também fora de campo.

O que tenho a propor a equipe da Ferroviária são duas ferramentas largamente utilizadas nas empresas nos processos de gestão de pessoas e que visam melhorar o relacionamento, a abertura nas relações técnico-jogadores e dar clareza aos jogadores das necessidades e objetivos individuais para cada atleta, gerando um "contrato" de trabalho e desenvolvimento com a participação de todos.

Primeiramente, confiança é um valor frágil e difícil de ser construído, principalmente em uma relação chefe-subordinado como é o papel do técnico e os seus atletas. No futebol muito dos problemas extra-campo se atenuam quando os resultados acontecem e as vitórias e conquistas estão a contento. Porém em momentos de alta criticidade as relações mostram-se fragilizadas e inseguras gerando dificuldades tanto para o atletas bem como para a comissão técnica.

A primeira ferramenta a sugerir e que apliquei muito em minha carreira é denominada "Conhecendo o seu gestor". Trata-se de uma prática simples, que pode ser feita em uma a duas horas com todos do grupo e que tem a função principal de criar empatia, dar abertura e conhecer a nova pessoa de comando. De certa forma coloca todos os subordinados em um mesmo plano minimizando possíveis interpretações de favorecimento e desconfiança para aqueles que já tinham mais contato com o novo líder. No caso da Ferroviária chamaria de " Conhecendo o João Martins".

Tal dinâmica estimula os atletas a questionar, conhecer, tirar dúvidas, avaliar expectativas e se aproximar, no caso, do técnico João Martins. O foco não é tratar apenas de aspectos profissionais mas também de aspectos pessoais. Para tanto é necessário ser aplicada através de um facilitador que conduz a dinâmica e que visa eliminar possíveis bloqueios na relação. Caso você João queira implementá-la, estou a disposição para desempenhar o papel de facilitador, sem qualquer custo.

A outra ferramenta de gestão de pessoas tem seu foco nos jogadores, principalmente nesse momento de aprendizado e desenvolvimento do grupo. Trata-se do Plano Individual de Desenvolvimento (PID). Contextualizando, o PID é uma reflexão sobre a vida profissional e pessoal dos jogadores tendo por objetivos facilitar uma autocrítica sobre pontos fortes, pontos fracos, possibilidades e limites e gerar comprometimento.

Cada atleta é responsável pelo seu próprio plano sendo o gestor responsável por dar suporte para que os objetivos de desenvolvimento atuais e futuros sejam alcançados. O plano é formalizado por escrito, de caráter pessoal e deve ser guardado para avaliações futuras.

O PID é dividido em três etapas básicas, análise e definição de objetivos, planejamento e planos de ação, acompanhamento e evolução. No caso dos atletas seguem alguns exemplos de objetivos a serem alcançados como ser o titular da posição, melhorar a parte física (correr os 90 minutos da partida), melhorar as finalizações (fazer "X" gols no campeonato), se tornar um atleta profissional, manter no elenco para o ano seguinte, entre outros.

Feito isso o jogador e comissão técnica trabalham os planos de ação para atingir esses objetivos e em períodos regulares faz-se a a avaliação dos resultados e o realinhamento dos objetivos e metas.

Caso também tenham interesse estou a disposição da comissão técnica para explicar e coordenar a aplicação da ferramenta. Um abraço e bom trabalho. Força AFE!!!

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